segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A JOGADA FINAL

Estou de volta para mais uma crónica a mais recente deste blogue. Desta feita será analisada a 12ª jornada do campeonato.


Na sexta-feira assistimos ao Setúbal vs Belenenses, um grande jogo em perspectiva, era também importante ver como é que o Setúbal iria reagir ao desastroso resultado da jornada anterior, e também como é que o Belenenses iria disputar o jogo, se tivermos em conta que vinha de três empates consecutivos. Foi um bom jogo com ocasiões de parte a parte, com o Belenenses a colocar-se em vantagem por Weldon, mas essa vantagem viria a ser de pouca dura, visto que o Vitória empatou logo de seguida num lance infeliz de R. Amorim que introduziu a bola na própria baliza, até ao intervalo as duas equipas continuaram a criar oportunidades, era justo o resultado a que se assistia. No reatar do encontro, o equilíbrio mantinha-se com as duas equipas a mostrarem um belo espectáculo e quando assim é, o resultado mais justo é o empate que acabaria por ser o resultado final.


No sábado assistiu-se ao grande clássico Benfica-Porto, mas que de grande não teve nada. O Benfica recebia o Porto a saber que se ganhasse ficaria a 1 ponto da liderança, tinha por isso um pouco mais pressão, mas ao mesmo tempo era uma equipa moralizada, que vinha de uma grande exibição frente ao Milan; enquanto que o Porto sabia que acontecesse o que acontecesse ficaria sempre em primeiro, era também interessante ver como é que o Porto iria reagir ao desaire de Liverpool, eram por isso grandes os aliciantes. Com o começar do jogo parecia que o Benfica iria mandar no jogo, criando logo de inicio uma grande oportunidade por Nuno Gomes, que podia ter feito um pouco melhor. Mas esse domínio inicial foi de pouca duração, devido a algumas falhas de concentração e posicionamento em campo com um ataque muito deficitário, entregue somente a Nuno Gomes, a juntar a isto o Porto foi ganhando cada vez mais dinâmica, jogando sempre de uma forma sem pressão e à vontade e criando cada vez mais perigo, destaque para o remate de Tarik e para mais dois lances que só não deram golo, devido a David Luiz e a Quim, no primeiro, o defesa faz um corte precioso a evitar que Lisandro ficasse isolado e no segundo lance, Quim conseguiu prever a ideia de Lisandro quando este a cruzamento de Quaresma já estava pronto para o golo mas com o guardião a agarrar a bola aos pés do argentino. Com estas falhas todas o golo de Quaresma, com a sua famosa trivela ao minuto 42, acabaria, por não surpreender ninguém. Um a zero ao intervalo, ganhavam os visitantes, era preciso mudar algo no Benfica, visto que este cometia os mesmos erros que cometera frente ao Milan antes do empate.


Com o inicio da segunda parte, esperava-se um Benfica mais forte, para dar a volta ao marcador, e assim foi o Benfica entrou com vontade de alterar o rumo dos acontecimentos, criando logo uma boa oportunidade por N. Gomes, para uma grande defesa de Helton, o Benfica ia- se apoderando do meio campo do Porto, com este último a ter dificuldades em sair a jogar e mesmo quando conseguia chegar à área adversária era sempre neutralizado assistia- se a um grade ascendente do Benfica e as entradas de Cardozo, Di Maria e Adu era um sinal claro que o Benfica queria ganhar o jogo, mas apesar do domínio exercido, oportunidades de golo nem velas e o resultado a que se assistia desde o final da primeira parte viria a ser o resultado final. Um resultado muito bom para o Porto que consegue uma vantagem considerável de 7 pontos para o segundo, com uma primeira parte muito bem jogada e uma segunda com alguma pressão sofrida, como é normal, visto que estava a jogar perante o Benfica, este último pela segunda parte que fez merecia o empate, mas serve de castigo porque esta equipa não aprende com os erros do passado, e tem um treinador que arrisca pouco, e que por isso mesmo sai prejudicado.

Passemos agora à análise dos jogos de domingo, começando com os jogos de inicio de tarde, com o Nacional a receber o Boavista que vinha de uma vitória importante frente ao Guimarães e queria dar seguimento às vitórias e por ouro lado um Nacional a fazer uma prova algo irregular. O jogo começa com algum equilíbrio, mas expulsão do jovem Bruno Pinheiro, ia complicar muito a vida aos visitantes, apesar disto o Boavista ia conseguindo defender-se, com o Nacional a não conseguir aproveitar o facto de estar a jogar contra 10, 0-o era o resultado ao meio tempo. Reatamento do jogo, com o Nacional a entrar praticamente a vencer com um golo de Zé Vitor a partir desse momento só deu Nacional com o segundo golo a aparecer ao minuto 67 por Lipatin que tinha entrado no segundo tempo, o Boavista era um equipa desmoronada, só se deu pela presença desta, num lance em que Benaglio quase deixa a bola entrar depois de escorregar e noutro em que este último faz uma grande defesa. Vitória justa e precisa do Nacional a aproveitar o facto de o Boavista estar a jogar com dez desde muito cedo.

Noutro jogo da tarde a Naval recebeu e venceu o Paços por 2-1, dando mostras de uma recuperação fantástica e de um grande trabalho que está a ser feito por Ulisses Morais, enquanto que o Paços de Ferreira continua numa situação deveras complicada, com exibições muito aquém do esperado, uma equipa que tinha sido a sensação da época passada.

Para acabar com os jogos de inicio de tarde, irá ser falado agora o jogo disputado entre Estrela da Amadora, uma equipa muito forte em casa e um Leixões que vinha de um empate perante o Sporting. Como foi referido anteriormente, o Estrela fez aquilo que costuma fazer em casa, ou seja ser muito forte , e criou logo uma serie de oportunidades, perante um Leixões, um pouco apático, mas mesmo assim a conseguir levar o empate a zero para o intervalo. E na perspectiva dos adeptos do Estrela nunca um intervalo deve ter feito tão bem à sua equipa, visto que o Estrela fez dois golos de rajada por intermédio de Matheus, este que já tinha sido herói perante o Fc Porto, este bom momento da equipa da Amadora, veio deitar por terra as esperanças do Leixões de arrancar um bom resultado, mesmo assim ainda poderiam ter reduzido por Roberto num lance em que Nélson esteve muito bem, mas o Estrela poderia ter chegado ao três a zero, só não o fez porque Anselmo falhou de baliza aberta. Resultado justo, muito Estrela para pouco Leixões.

Falando agora do jogo em que o grande que faltava entrava em acção, para defrontar um Leiria necessitado de pontos urgentemente, mas a situação do Sporting também não era muito melhor, que já tinha um atraso considerável para o Porto, mas que poderia aproximar-se do Benfica. O Sporting entrou bem no jogo com uma União de Leiria, que por oposição, não entrou bem, mas aos poucos e poucos ia perdendo a timidez, e o Sporting depois do seu bom inicio do jogo, a voltar aquilo que tem sido hábito, sem ideias, o resultado ao intervalo era de 0-0 a consagrar o trabalho que tinha sido feito pelo Leiria, no primeiro tempo. Inicio de segunda parte com o Sporting a entrar novamente bem no jogo e uma União algo desconcentrada, e estes dois factores conjugados iriam originar o golo do Sporting por Izmailov, este até poderia ser o mote que a equipa da casa precisava, mas puro engano, porque apesar do Sporting estar a jogar melhor parecia sempre faltar alguma coisa e o Leria também não se abalou e continuou a fazer o seu jogo, até que ao minuto 72, era assinalada uma grande penalidade a favor dos leões, que poderia servir para matar o jogo, mas como já tem sido hábito, o Sporting a não aproveitar as grandes penalidades, que são marcadas a seu favor, e como se costuma dizer na gíria do futebol quem não marca sofre e foi mesmo isso que aconteceu ao minuto 82 por Toñito, num lance em que o Sporting estava reduzido a nove, porque Moutinho e Vukcevic estavam a ser assistidos fora do relvado, e por outro lado, um grande erro de Rui Patrício que não agarra uma bola fácil deixando-a para o marcador do golo, lance infeliz para o jogador, que de toda a equipa do Sporting era o que menos merecia fruto da boa exibição que vinha fazendo. Até acabar o jogo o resultado não viria a ser alterado, acabando com um a um, bom para os visitantes na corrida à manutenção, premiando o seu esforço, mas por outro lado péssimo para o Sporting, que terá hipotecado as poucas hipóteses que ainda existiam para chegar ao titulo, e mesmo o segundo lugar ainda está longe, são 12 os pontos que separam Sporting e Porto e 5 os que separam águias e leões.
Para finalizar os jogos de domingo, acabamos, com o Braga vs Marítimo, que prometia ser um dos melhores jogos da jornada, e assim foi, um jogo sempre disputado taco a taco, com as duas equipas a criarem várias ocasiões de golo, o único problema é que isso só foi na segunda parte, visto que a primeira não teve lá grande história, não sendo de estranhar o 0-o ao intervalo. Mas voltando ao que interessa, a segunda parte foi muito mais interessante com o Marítimo a adiantar-se no marcador por Makukula, sendo que esse golo foi importante para o espectáculo, porque o Marítimo continuou a lutar por mais um golo que lhe desse a tranquilidade e o Braga que queria dar a volta ao marcador, conseguindo isso mesmo com Wender a fazer o golo do empate , e mesmo a acabar por Linz. Uma segunda parte muito boa, com o Marítimo a ter um azar que não merecia.
Passemos agora ao último jogo da jornada que opunha Guimarães e Académica, os primeiros sabiam que se ganhassem passariam para terceiros, e os da Briosa, que precisavam de pontos para saírem da linha de água. Neste jogo assistimos a duas partes distintas, uma primeira em que a Académica dominou e marcou por Pavlovic e uma segunda a mesma coisa só que para a equipa da casa, que aliás marcou dois golos, por Ghilas e Mradacovic. Em suma o Guimarães venceu, mas se calhar pela primeira parte que fez a Académica merecesse o empate, mas o que fica para história é a vitória do Guimarães.
Vamos agora ao sinal menos da jornada que esta semana vai para Camacho, pelo simples facto, deste como com o Milan ter abordado o jogo de uma forma incorrecta, e se com os italianos as coisas melhoraram com o golo do empate, o jogo com o Porto foi um autêntico fiasco, como é que é possível que num jogo destes se vá jogar com dois médios defensivos, ainda por cima um que veio de uma lesão, e a falta de ritmo é evidente, a juntar a isto como é que Di Maria e Adu, não joguem de inicio, que eu saiba era o Benfica que precisava de ganhar, mas a jogar com dois médios de características defensivas parecia era que queriam o empate. Com sinal menos ficou igualmente a equipa do Sporting e Bento, a primeira, porque denota índices de nervosismo que não são normais e nada sai bem, e Bento porque é este que tem que preparar a equipa para os jogos, coisa que não parece estar a ser feita, as substituições são um completo desatino, para alarmar ainda mais a situação, como é que é possível falharem-se tantos penaltis, os treinos servem para quê? É preciso fazer algo para alterar esta situação, se não sei onde é que os dois clubes da segunda circular vão parar.

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